Lembro-me de em 2009 me teres perguntado se eu queria produzir um trabalho nas ruas do Rio de Janeiro. Respondi-te que eu não fazia arte pública. A tua resposta foi: Ah, mas vais fazer!

 

Foi assim que me convenceste a vir ao Brasil pela primeira vez para apresentar trabalho. Foi o início da minha descoberta do Brasil, e de toda a sua cena artística.

 

Foste tu que criaste esta ponte entre Portugal e o Brasil, que tanto eu como muitos outros artistas portugueses atravessaram. Acreditaste no meu trabalho sem qualquer hesitação.

 

Desapareceste demasiado cedo, mas a semente que tu lançaste continua a dar frutos. Seis anos depois, voltei ao Brasil para uma residência artística no Ateliê Fidalga com o teu nome.

 

Obrigado, Paulo, e um bom vôo!

 

 

RUI CALÇADA BASTOS

Artista visual e um dos fundadores da Invaliden1 Galerie, em Berlim.