Programa PONTE

Fevereiro / 2025

Renato Pera

1984, São Paulo, Brasil

Renato Pera é artista, pesquisador e professor universitário. Tem formação em Artes Visuais (Doutor, Mestre e Bacharel) pela Universidade de São Paulo. Foi bolsista do CNPq (2023), Capes (2019-2021), Technological University Dublin (2018) e da FAPESP (2015-2016). Foi premiado pelo 42o Salão de Arte de Ribeirão Preto (2017), 24o Visualidade Nascente (2016), e indicado ao Prêmio PIPA (2017 e 2014). Participou das residências artísticas Museu Sem Paredes (2021), Red Bull House of Art (2011) e Programa de Residencias Artísticas Para Creadores de Iberoamérica y Haití en México (2010). Alguns de seus projetos para espaços públicos incluem Rumor (Museu da Cidade de São Paulo, 2022), Outdoor (Museu de Arte de Ribeirão Preto, 2018), Vão e Vazão (São Paulo, 2017), FIG.3 (CAL-UNB, Brasília, 2017) e Projeto Vitrines (MASP/ Metrô de São Paulo, 2011), entre outros. Participa de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, com destaque para Trienal Tijuana (2024), Ópera Citoplasmática (Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, 2022), Tragédia! (Galeria Fortes D'Aloia & Gabriel, SP, 2022), Sangue (Auroras, SP, 2020), Metáforas Construidas (Bogotá, 2015), Ural Biennial (Rússia, 2012), e La Otra (Bogotá, 2011). Desde 2022, é Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ART-UERJ).

Os trabalhos de Renato Pera podem ser localizados num campo de experimentação aberto, sem hierarquias quanto aos meios, e de interesse pelo espaço arquitetônico, urbano, por mídias digitais e analógicas. Configuram-se, em geral, como respostas aos contextos onde são exibidos ou produzidos, mantendo ativas as tensões históricas e contemporâneas, ficcionais ou reais, encontradas nesses contextos. Para o artista, materiais, cores, sons e espaços carregam usos e significados sociais específicos, códigos e memórias corporais que são colocados em circulação, de modo crítico, pelos trabalhos. Frequentemente, Pera utiliza elementos que produzem fascínio visual e sensação de artificialidade, como superfícies brilhantes, espelhadas, cores e luzes saturadas, referidos às superfícies luminosas do neoliberalismo e da globalização, da propaganda, da arquitetura e das telas, bem como aos seus comportamentos correlatos de narcisismo, hedonismo e assepsia. Ao mesmo tempo, o caráter fetichista dessas experiências é contrariado pela precariedade dos materiais que ostentam marcas processuais, acidentes, improvisos e irregularidades, pelo humor, por alusões escatológicas e fisiológicas, e por seu interesse pelo gore, pelo filme de horror e pela pornografia. Sua abordagem teórico-prática é informada pela temporalidade fragmentada da noção de imagem dialética (Walter Benjamin), pela ficcionalização da experiência e situa-se criticamente no presente necropolítico (Achille Mbembe) e gore capitalista (Sayak Valencia), a partir de uma perspectiva geopolítica latino-americana.

Renato Pera

Sangue, 2020

Revestimento de paredes com módulos de plástico lisos e termoformados, equipamento de áudio, narração de receita de galinha ao molho pardo por José Mojica Marins, Cada módulo: 40 x 60 cm, Áudio: 2 min.

Créditos: Termoformagem: Embaform/ Hiroshi Honma, Narração: José Mojica Marins, Edição de áudio: Acácia Montagnolli.

Auroras, São Paulo.

Fotos: Ding Musa.

 

 

Frenesi, 2024

Estrutura metálica (box truss), mini moving heads, moving spiders, globo espelhado giratório, máquina de fumaça e strobo, Dimensões variáveis.

Realizado durante a Residência Paulo Reis - Projeto Fidalga (2024).

Foto: Albano Afonso.

Morto vivo, 2022

Performance, Duração variável.

Créditos: Performer: Manuel Fabrício, Make: Kira, Taline Bonazzi, Renato Pera.

Massapê Projetos, São Paulo, 10/12/2022. Curadoria: Julie Dumont, The Bridge Project.

Foto: Paulo Pereira_Teia Documenta