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JOSÉ RICARDO DÍAS (RIDIAS)
…E A SAUDADE QUE FICOU.
[Instalações para a XIV Bienal de São Paulo (1977) e I Bienal Latino-Americana (1978)]
Dizem que morremos duas vezes, a primeira é a morte física, a segunda é a que se produz no exacto instante em que nosso nome é pronunciado pela última vez. A história de José Ricardo Dias, Ridias (Araçatuba, 1948 - São Paulo, 1979) é a de uma morte prematura, justamente quando ele tinha 30 anos, com uma carreira como designer, arquiteto e artista plástico, que se consolidou quando se apresentou em São Paulo na XIV Bienal Internacional (1977) e na I Bienal Latino-Americana (1978). Sua morte física foi esquecida durante quase 40 anos, marcada por uma publicação obituaria no 2º número do Ponto de Apoio, Jornal dos Alunos da Contemporânea Escola de Artes. Embora que a segunda morte, a que recorre à lembrança, não se reproduziu no plano familiar, o rastro do Ridias artista perde-se logo a última nota de falecimento.
O encontro foi casual, primeiro três poemas concretos fixados nas paredes da casa da artista Alice Ricci e assim seguiu-se por caixas e cadernos de estudos, recortes, escritos e projetos de montagens que forneceram pistas sobre o modo como ele trabalhava, abrindo a possibilidade de reproduzir de maneira mecânica alguns de seus poemas e recriar duas de suas instalações, concretamente apresentadas nas bienais citadas. O cuidado com que sua família teve em conservar todo este material foi crucial para tratar e definir esta exposição de uma maneira perfeitamente dirigida do passado pelo próprio artista. A forma como Ridias registrou sua passagem veio a nós através de seus desenhos de montagem, de seus escritos sobre cada um de seus trabalhos e de todas e cada uma das obras originais que agora se apresentam no Ateliê Fidalga.
Este projeto pretende ser simplismente uma chamada de atenção, um ponto de partida para a recuperação futura e detalhada dos trabalhos e anotações de um artista cuja possível evolução futura foi interrompida, mas que de alguma maneira merece interesse pela seriedade em seu trabalho.
Texto: Ángel Calvo Ulloa | curador
Vista da exposição
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